O rádio AM, por décadas um dos principais meios de comunicação no Brasil, está passando por uma transformação profunda. Com o avanço da tecnologia e mudanças regulatórias, o país vive o encerramento das transmissões em amplitude modulada (AM), marcando o fim de uma era e o início de outra, mais moderna e eficiente.
Migração para o FM: o que está acontecendo
Desde o Decreto nº 8.139, de 2013, o governo brasileiro vem incentivando a migração das emissoras AM para a faixa FM. Essa mudança visa melhorar a qualidade do áudio, ampliar a cobertura e garantir a sobrevivência das rádios locais diante da concorrência com plataformas digitais. Em 31 de dezembro de 2023, encerrou-se oficialmente a autorização para transmissões em AM.
Em 2025, o processo de migração ganhou força. Emissoras de sete estados já iniciaram a transição, com destaque para capitais como Belo Horizonte e Campo Grande. A Rádio Cultura AM 830, por exemplo, está se preparando para operar na frequência FM 80.1.
O que muda para os ouvintes
Para quem está acostumado a sintonizar rádios AM, a principal mudança será a necessidade de buscar as novas frequências FM das emissoras favoritas. A boa notícia é que a qualidade sonora será significativamente melhor, com menos interferências e maior nitidez. Além disso, muitas rádios estão investindo em transmissões online, ampliando ainda mais o acesso.
Adequação, não extinção
Apesar de muitos interpretarem esse movimento como o “fim do rádio AM”, o setor está, na verdade, se reinventando. As emissoras de menor potência, como as de classe C, estão sendo reenquadradas e adaptadas às novas exigências técnicas. Isso significa que o conteúdo, os programas e os comunicadores continuam ativos — apenas em uma nova faixa.
O futuro do rádio no Brasil
Com a migração para o FM e o fortalecimento das transmissões digitais, o rádio brasileiro se posiciona para continuar relevante em um mundo cada vez mais conectado. A transição representa não apenas uma mudança técnica, mas também uma oportunidade de renovação para emissoras locais, que poderão alcançar novos públicos e oferecer experiências sonoras mais ricas.
Se você é fã de rádio, vale a pena procurar as novas frequências FM das suas emissoras favoritas ou acompanhá-las pela internet. O rádio não morreu — ele apenas mudou de canal.
